Exposição Bíblica:
Pr. João Ricardo Ferreira de França.
Texto: 1ª Coríntios 1.26-31
26 Irmãos,
reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios
segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento;
27
pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os
sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes;
28
e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que
não são, para reduzir a nada as que são;
29
a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.
30
Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus,
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção,
31
para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.
(1Co 1:26-31 ARA)
Introdução:
No último encontro com o
apóstolo Paulo, vimos como os homens ignorantes procuram desprezar a Cruz como
canal de obra redentora de Deus. O apóstolo nos apresentara que a cruz aponta
para o juízo de Deus sobre aqueles que pelo orgulho desprezavam a mensagem da
cruz; entretanto, este mesmo emblema traz redenção aos que se aproximam de
Cristo para a salvação; pois, esta mensagem transmite a sabedoria divina e não
faz acepção de pessoas.
Entretanto, agora Paulo procura mostrar quão
insignificantes são aqueles que
desprezam a mensagem poderosa da Cruz. Pois, a vocação dos eleitos e a relação
deles com Cristo notifica a obra de redenção trazida pela pregação da cruz.
I – A DOUTRINA DA VOCAÇÃO
CONSIDERADA (vs.26-27)
26 Irmãos,
reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios
segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; 27
pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os
sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes;
O apóstolo Paulo
agora leva em consideração o fato de que aqueles crentes estavam desprezando a
Cruz de Cristo, o instrumento que Deus usara para chamá-los à comunhão com o
Seu Filho. Pois, muitos se achavam dignos por terem um nobre nascimento, então,
Paulo diz: “prestem atenção porque Deus expôs a sabedoria e a nobreza de nascimento à humilhação”.
A doutrina da
vocação chama o “tolo” e o “pobre” para abater a arrogância dos homens que
acham que por possuírem uma boa reputação deverão ser salvos. Não, a graça de
Deus não se deixa iludir pelos títulos, pelo sangue, pela cor da pele; ela
simplesmente escolhe, predestina – em outras palavras, a graça resgata o
pecador em Cristo Jesus.
Um alerta cabe
aqui, não é que Paulo está ensinando a salvação apenas para os pobres e
necessitados, mas ele assegura que “não foram muitos chamados nesta condição”;
aprendemos aqui a doutrina da vocação chama tanto o rico quanto o pobre; quanto
o sábio como o tolo – quanto a isso não há distinção. Deus chama seus eleitos e
o faz de modo soberano sem olhar a posição social ou mesmo a conta bancária
deles.
O objetivo de
Deus, segundo o ensino de Paulo, é que Deus pretende humilhar o orgulho dos
homens! Quebrar sua soberba e mostrar
que tudo, em termos de redenção, se deve unicamente ao seu chamado paternal.
II – QUEM SOMOS NÓS
DIANTE DA VOCAÇÃO? (vs.28):
e Deus escolheu as coisas humildes do
mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são;
Quando entendemos que Deus nos escolheu tendemos a pensar
mais do que devíamos de nós; achamos que somos melhores que as outras pessoas,
isto porque fomos chamados, fomos eleitos por Deus; algumas coisas são
importantes aqui:
2.1 – É Deus que escolhe: Não nos escolhemos a nós mesmo para a obra da redenção;
não é uma questão de livre-arbítrio, antes de tudo, é uma escolha da vontade de
Deus.
2.2 – Diante da vocação de Deus não somos nada: Deus nos escolhe não
porque somos importantes, ou porque temos boa aparência, ou porque temos um
coração bom. Diante da escolha de Deus o que há em nós? Nada! Somente pecado e
depravação. Nós éramos nada antes de sermos chamados pela graça de Deus. E, com
essa escolha Deus reduz a nada aqueles que acham que são alguma coisa diante
dEle.
III – O PROPÓSITO DA VOCAÇÃO
(vs. 29)
29 a fim
de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.
A terceira
verdade importante que vemos aqui é o fato de que a vocação tem propósitos
específicos; que leva a Igreja a glorificar mais a Deus a exaltar sua graça e
sua obra redentora em favor dos pecadores, pois, estes pecadores são alvos
deste chamado soberano e eficaz. Mas qual é o propósito da vocação?
3.1 – Provocar Humildade na vida cristã:
Paulo assegura que alvo da obra vocacional de Deus na
vida do eleito é para que ele não se ensoberbeça diante de Deus: ou seja, ela
visa provocar na vida dos eleitos a humildade que é a característica do crente,
ter um coração humilde é compreender o chamado eficaz.
Nenhum homem ou mulher deve se arrogar de ter sido
transformado em crente; de ter sido regenerado, pois, tudo isso deveria
provocar em nós uma profunda humildade, pois é tolice nos orgulhamos de uma
obra que não realizamos! É tolice dizer que somos crentes porque fizemos o
melhor! Antes devemos humildemente reconhecer a nossa incapacidade de operar a
nossa redenção.
3.1 – Provocar em nós o desejo de glorificara a Deus:
Uma vez que a vocação nos ensina que nos temos como nos
vangloriar na presença de Deus; o sentido ao inverso é que devemos viver uma
vida que glorifica a Deus como vocacionados que somos! Deus nos chamou para a
sua glória, então, em vez de sermos pessoas orgulhosas, devemos glorificar
aquele que nos transformou a vida! Devemos glorificar a Deus!
IV - SOMOS PROPRIEDADES DO SENHOR NA VOCAÇÃO.
(vs.30-31)
30 Mas vós sois
dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e
justiça, e santificação, e redenção, 31 para que, como está escrito:
Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.
Uma vez que eles pertencem a Deus, por intermédio de
Cristo Jesus, não existe espaço para
soberbas, não há espaço para o orgulho. Pois, é em Cristo que toda a sabedoria
de Deus está revelada; não devemos buscar a sabedoria em outro lugar, apenas na
pessoa de nosso bendito redentor Jesus Cristo.
Ao dizer que Cristo é nossa sabedoria,
Paulo quer nos dizer que nEle no Senhor Jesus temos toda sabedoria que
carecemos e precisamos; ao dizer , ao dizer que Cristo é nossa justiça, o
apóstolo está nos assegurando que temos livre acesso ao Pai; porque os nossos
pecados foram expiados por Cristo no calvário.
A terceira verdade bíblica que apóstolo ensina é que Cristo “é
nossa santificação”; ao declarar, isso ele pretende aclarar as nossas mentes
que em nós há somente pecados somos poluídos em nossa natureza pecaminosa; mas,
pela graça de Deus, em Cristo, nascemos
de novo pela ação do Espírito Santo de
Deus. E isto para uma vida de Santidade em Cristo Jesus.
E, por último, aqui Paulo nos ensina
que Cristo nos foi dado para a nossa redenção; uma redenção passada, presente e
futura. Sim, Cristo é o nosso tudo, fomos redimidos, salvos, e libertados em
Cristo Jesus.
No verso 31 somos inseridos no
propósito pelo qual Deus nos deu tudo em Cristo: para que não achemos que tudo
o que somos hoje deve-se ao nosso mérito
pessoal.
Nós não temos nada por causa de
nosso esforço, mas simplesmente por causa da vontade de Deus. Não temos uma
casa porque o governo nos deu; não temos um emprego porque um amigo nos
conseguiu, não, pelo contrário temos tudo isso por causa da bondosa vontade de
Deus.
E assim, em vez de nos gloriarmos em
nós mesmos e nos nossos esforços venhamos a nos gloriar em Deus somente! Amém!
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